Sente-se aqui senhor luciano, sente-se neste banquinho de tábuas ripadas e olhe-me para o tejo, consegue ouvir o ressonar da ponte enquanto dorme? A ponte. De manhã, grita em uivos de comboio carregada de filhos nos longos braços vermelhos, já à noite senhor luciano, à noite cai neste cansaço embalado pela monotonia tejeana, já sem filhos, menos arcada, menos forte. Consegue ouvir?
De modos que venho até aqui. Costumo espraiar-me nestes pequenos bancos com frases de amor gravadas na madeira, outras de fúrias começadas por éfe, promessas eternas com caligrafia tremida, pensamentos profundos
(Em casa sem tesão, no estádio de bastão)
esta é pós polícias, olhe outra
(Zona anti-fascista)
É como lhe digo amigo luciano, discutir o senso da vida pode começar num banco virado ao rio. Normalmente sento-me confortavelmente e o mudo ambiente traz-me a solidão (há várias, mas vem sempre uma), vou descendo haustos de brande pela goela abaixo até aparecerem filosofias naturais. Ao redor estão todos os outros familiarizados com os seus amigos disfarçados ou amigos voluntários que gargalham até Almada. E percebo que nem isso possuo. Ninguém. Repare que venho para aqui sem razão aparente, apenas para evitar os segredos das paredes lá de casa quando sussurram a minha vida, não têm o direito. Sabe lucianinho, é insuportável sabermo-nos entregues ao destino dos outros. É isto a solidão: dependermos dos outros para podermos ser nós.
E depois temos as mulheres. Eu por filosofias diversas e brandes quentes como seios e elas na sua casualidade de mulher, provocam quem olha e distraem-me a pedirem lume, para depois desandarem o rabo volumoso e erguido quase até ao meu nariz, que daqui quase que lhe posso tocar, está mesmo aqui assim. E tudo isto é mísero lucianinho amigo, mísero.
Por estas e por outras lhe digo amigo lucianito, já sabemos que a sua cara escondida atrás dessa barba empoeirada, toda ela pó-talco, não o favorece; mas lute. O seu nariz de pistola também não é grande espingarda. Quer um brande para ajudar? E os dedos? Que dedos tem? Mostre-me, ah que devem ter cabeças de âncora e unhas pretas de cão. Há quanto tempo não está com uma mulher?
De modos que venho até aqui. Costumo espraiar-me nestes pequenos bancos com frases de amor gravadas na madeira, outras de fúrias começadas por éfe, promessas eternas com caligrafia tremida, pensamentos profundos
(Em casa sem tesão, no estádio de bastão)
esta é pós polícias, olhe outra
(Zona anti-fascista)
É como lhe digo amigo luciano, discutir o senso da vida pode começar num banco virado ao rio. Normalmente sento-me confortavelmente e o mudo ambiente traz-me a solidão (há várias, mas vem sempre uma), vou descendo haustos de brande pela goela abaixo até aparecerem filosofias naturais. Ao redor estão todos os outros familiarizados com os seus amigos disfarçados ou amigos voluntários que gargalham até Almada. E percebo que nem isso possuo. Ninguém. Repare que venho para aqui sem razão aparente, apenas para evitar os segredos das paredes lá de casa quando sussurram a minha vida, não têm o direito. Sabe lucianinho, é insuportável sabermo-nos entregues ao destino dos outros. É isto a solidão: dependermos dos outros para podermos ser nós.
E depois temos as mulheres. Eu por filosofias diversas e brandes quentes como seios e elas na sua casualidade de mulher, provocam quem olha e distraem-me a pedirem lume, para depois desandarem o rabo volumoso e erguido quase até ao meu nariz, que daqui quase que lhe posso tocar, está mesmo aqui assim. E tudo isto é mísero lucianinho amigo, mísero.
Por estas e por outras lhe digo amigo lucianito, já sabemos que a sua cara escondida atrás dessa barba empoeirada, toda ela pó-talco, não o favorece; mas lute. O seu nariz de pistola também não é grande espingarda. Quer um brande para ajudar? E os dedos? Que dedos tem? Mostre-me, ah que devem ter cabeças de âncora e unhas pretas de cão. Há quanto tempo não está com uma mulher?
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